segunda-feira, outubro 01, 2007

A era da colaboração

As ações da Microsoft superarem as da Ford podem servir de marco para uma nova era. A passagem do meio de produção industrial para a era da informação. Importa mais a produção e formas da acesso a conteúdo. Mas isso já tem dez anos.

Richard Saul Wurman abriu seu livro falando de "um tsunami de informação" que chega às nossas praias todos os dias. Pois é. A capacidade de informação que somos capazes de absorver aumentou. Nossa capacidade de memória pode ser avaliada por quão bom são nossos cérebros, mas não só isso. Corresponde também a quanta memória carregamos conosco a cada momento em nossos pen drives, celulares, câmeras fotográficas ou ipods (enquanto escrevo a Apple lança um modelo com 160gb). Se dizem por aí que a profissão do futuro é a de organizador de informação, não é a toa.

Mas da parte mais legal eu não falei ainda. Que tudo isso tem dez anos eu já disse. O que eu não falei é que inclusive isso, está mudando. Que se dane a Microsoft. A era Windows acabou. Faz alguns meses eu vi a notícia que atualmente o Google é a empresa com maior valor de marca. Vale bilhões e bilhões. Mais valioso como marca que a Coca-Cola. Incrível. Agora, o que isso significa? Que vivemos a era da informação, mas não só isso: ele é essencialmente uma ferramenta de busca. Significa não só que as pessoas querem consumir informação, mas que querem poder procurá-la a seu bel prazer, e querem isso rápido, da melhor forma possível e querem ter escolha.

Vamos mais fundo agora. São criados todos os dias centenas de milhares de blogs no mundo todo. A maior comunidade online é o MySpace, cujo contingente de usuários o coloca como segundo país mais populoso do mundo, se a comparação fosse possível. Mais de 200.000 vídeos são adicionados por minuto no YouTube. O mesmo vale pro Flickr, com milhares de milhares de fotos postadas ao dia. O que significa que assustadoramente o maior produtor de conteúdo do mundo é a pessoa comum. O que chamam de web 2.0 é um nome bacana pra algo velho. Saímos da era da informação para a era da colaboração. A pessoa comum antes era chamada de espectador. Passou a se chamar usuário. Hoje nem esse nome cabe mais. Podem chamá-lo de colaborador. Quem antes meramente recebia a informação ou apenas interagia com ela hoje pode responder a ela e contribuir com sua produção.

As pessoas selecionam o que querem ver, mais que isso, recebem a informação confortavelmente em seus agregadores de conteúdo RSS, postam o conteúdo mais relevante nos seus blogs ou contas no del.icio.us, elegem quais as notícias mais importantes do dia para elas no digg ou no newsgator. Agora não só importa mais o quanto se pode conhecer, mas a qualidade do que se tem tempo para ver. E são as pessoas comuns os pivôs dessa mudança.

Nenhum comentário:

 
Clicky Web Analytics