quarta-feira, novembro 28, 2007

DRM está morrendo

São muitas as razões, mas os Digital Rights Management já eram. Vão agonizar e estrebuchar por anos até, mas chegamos na fronteira. Temos que nos valer de um marco.

Silenciosamente, muito conteúdo foi sendo produzido, publicado e facilitado pela internet. A Wikipedia botou uma pedra em cima dos formatos antigos de enciclopédia. Uma revolução na produção de conteúdo. Artistas passam a publicar seus trabalhos e divulgá-los em blogs e ganhar notoriedade no Youtube. Tudo é posto nele, o controle é muito difícil.

Compartilhamento de músicas, vídeos e softwares em programas peer-to-peer, tudo facilitado pela crescente banda larga e comunidade de interessados em tecnologia e uma ideologia libertária.

Este ano importantes passos para o fim dos bloqueios de uso entraram em cena. A EMI liberou o DRM de suas músicas, Steve Jobs fez um apelo às empresas manifestando repúdio ao conceito e pedindo abertura. Contraditoriamente, o iPhone foi um marco inclusive nesse sentido. Acordou a comunidade de interessados para o fato que é estupidez você possuir um aparelho e não poder usá-lo em todo seu potencial. Dê uma Ferrari a alguém e depois proíba-a de abastecer. O caminho natural desse mercado é a abertura, uma parte já foi conquistada: aplicativos de empresas externas à parceria Apple / AT&T foram liberados.

O avanço nos Open Sources: o Ubuntu, o Android, OpenOffice, etc inauguram um novo patamar em suas áreas.

E, caso após caso vemos situações ridículas sendo exigidas, casos óbvios de alguém que vê seu reino desmoronando e quer desesperadamente manter a pose e manter o poder. É a Rainha Louca de Alice, mandando decapitar qualquer um por qualquer motivo. Eles estão desesperados e não é sem motivo: já perderam.

Resta nós sabermos o que fazer com os espólios. E é bom termos uma boa fórmula na manga.

A publicidade 2.0 chegou pra valer?

O texto abaixo não é meu, mas achei tão relevante que publico na íntegra (se alguém souber a fonte me mande que acrescento):

Estréia oficialmente no próximo dia 1º de janeiro uma das propostas mais simples e, ao mesmo tempo, mais revolucionárias do mercado publicitário dos últimos tempos – ao menos no campo das intenções e do modelo de negócio. Trata-se do site BootB.com, que vai funcionar como uma central de briefings e de idéias. Mais conectado com a idéia de sociedade de informação e do "do it yourself", impossível.

Alguém pensou em "Criação Colaborativa" ou "Publicidade 2.0"? Ou talvez na ineficácia das agências tradicionais em acompanharem as idéias do mundo para oferecê-las aos seus clientes?

Funciona assim: de um lado, as marcas expõem / postam suas demandas e orçamentos. Do outro, pessoas inspiradas, um simples cidadão comum, profissionais atuantes no mercado e até mesmo agências de publicidade enviam suas propostas criativas. Desse caldeirão, na proposta original, surgirá uma base de soluções em criação publicitária e de marketing em escala mundial, disponível em 12 idiomas.

O assunto começou a ser divulgado apenas hoje, em nível internacional, em 17 países diferentes. O timer do site já conta os dias (33, a partir de hoje) para o começo oficial das operações do projeto. BootB é uma sigla para “Brands Out Of The Box”.

Os nomes por trás do negócio são os de Pier Ludovico Bancale, italiano com passagens pela J&J, Hill´s (Colgate-Palmolive) e L’Oreal, e Martin Lindström, conhecido nome do branding com clientes como incluem a Mars, Pepsi, American Express, Mercedes-Benz, Reuters, McDonald's, Kellogg's, Yellow Pages e Microsoft.

Graças a esta rede de relacionamentos, o BootB.com já nasce com empresas e organizações multinacionais postando briefings criativos desde o princípio, como Disney, Ferrero, Lego, Peugeot e Unicef.

A abordagem não deixa agências de propaganda de fora, mas deixa bem clara a idéia de suscitar o debate em torno do seu papel nos dias de hoje. Algumas das declarações do press release:

- “Qualquer Um Pode Faturar Alto Em Publicidade”;

- “Crianças e donas de casa em Marrakesh são tão qualificadas quanto executivos de publicidade na Madison Avenue”;

- “As agências publicitárias são bem-vindas também - se elas não tiverem medo da concorrência que está lá fora...”

- “Agora Somos Todos Criativos”

- ”Por anos na indústria de publicidade fiquei frustrado pela falta de criatividade mostrada pelas agências típicas. E conversei com donos de marca por todo o mundo e não estou sozinho em minhas frustrações” (declaração de Pier Bancale)

O desenho de negócio do BootB.com retorna 90% do orçamento disponibilizado pelo cliente para aquele que tiver a melhor idéia "contratada". O site tem encriptação SSL para assegurar a integridade das propostas criativas enviadas. E o processo de registro fixa um contrato legal entre os criadores e BootB, dizendo que todas as idéias permanecem como propriedade dos criadores até que um cliente resolva comprá-la. É ver para crer.

Links: http://www.bootb.com/pt

Notas pessoais: eu vinha falando da necessidade de novas soluções. Taí. Adorei. Agora vamos ver agências bem preocupadas em correr atrás do prejuízo. Os clientes só tem a ganhar com isso. Agências só a perder, o modelo de trabalho delas é velho. Insistem num modelo antigo para faturar com BV dos veículos. Agora é que eu quero ver.

terça-feira, novembro 20, 2007

A publicidade de ontem

Muitas agências vivem no passado, mascarando isso com um discurso novo chupado de alguma matéria do Blue Bus. Sob a perspectiva de oferecer ao cliente resultados, vale tudo.

vale começar a propor pra eles ações no Second Life, quando quem está ligado sabe que o Second Life vai cair logo, logo. E agências assim estão aderindo ao SL só agora! Se pudesse apostaria as minhas fichas aonde os jovens estão (que é nos MMORPG, como WoW), não numa proposta capenga, usada por gente mais velha ou pervertidos.

Vale romancear o que sempre se fez e nunca mudaram a fórmula, chamando todas as ações nas ruas ou de internet de "viral", "guerrilha" e boca-a-boca. Cá entre nós, desde quando distribuir revistas num shopping é guerrilha? Se isso tem nome é "distribuição", "amostra grátis" ou "ação de sampling".

E adgames só são propostos durante concorrência pela conta, depois esquecidos, sai caro e não tem equipe pra isso. O supra-sumo da publicidade web nessas agências é o hotsite, o expanding banner, full banner e o indefectível pop-up divulgados em algum portal.

Isso é uma boa fonte de renda ainda hoje. Tem cliente que realmente espera apenas isso de uma agência. Mas quem quiser um trabalho inovador de fato vai notar, e vai colocar sua conta em agências que sabem realmente explicar e praticar uma publicidade pensando de verdade o que é melhor para seus clientes.

segunda-feira, novembro 19, 2007

Kassab e a Cidade Limpa

Teve gente contra e a favor. Estou com os últimos. Apóio a Lei Cidade Limpa, pelos motivos óbvios, realmente funcionou, a cidade está mais habitável.

Recentemente estive em Itu e de passagem pelo centro da cidade fui impactado pela parafernália que são as placas e luminosos. Estava ficando desacostumado com elas e estar ali incomodou, foi um certo choque. Precisei ver os luminosos para notar como é melhor não tê-los.

Porém, acho que o homem está exagerando. Minha namorada veio me contar que ele mandou tirar os canteiros floridos dos altos dos postes na Paulista, sob alegação de que são iniciativa privada e ilegais. Aí não dá, né? Não conheço uma alma que tenha se incomodado com aquilo ali. Não vejo de que forma essas plantas ofenderiam a lei Cidade Limpa, não sujam a paisagem afinal de contas, muito pelo contrário.

A Lei veio para o bem, mas acho que estamos caminhando para um desfecho ruim nessa história. A princípio sou a favor sim, os empregos que se perderam dão lugar a outras iniciativas. A verba que ia para a Central do Outdoor agora vai para dentro dos shoppings, por exemplo. Vai para outras iniciativas, como tem se visto tantas. A necessidade é a mãe da invenção e chacoalhar algum lado da vida trás coisas boas e inesperadas. Tem se feito BusTV, anúncio nos bancos do metrô e trem, nas estações de trem mais televisão... Tudo isso foi viabilizado por desespero de causa. Acho bom. Contando que não haja exageros. Não adianta ter ruas limpas e entupir shoppings e trens até estarem intransitáveis. Ou se não vamos acabar, como sugeriu o Veríssimo, fazendo anúncio até nas páginas em branco das atas do governo federal. Não é todo espaço branco que é para anunciar não, faz favor. Obrigado.

PS.: agradecimentos à Mari, por trazer o assunto a tona e de quem partilho muitas opiniões expressas acima.

domingo, novembro 18, 2007

Oportunismo

Alguém aí ouviu falar da história do cara que viu "a garota dos seus sonhos" no metrô de nova iorque e decidiu encontrá-la a qualquer custo? Montou um site: "você viu essa garota?" com uma ilustração dela e dele, bem como dados de quando foi que a viu. Parece coisa de filme americano, mas foi real. E os jornais adoraram a história e acompanharam com afinco. O resultado foi que ele a encontrou por meio de um amigo dela que reconheceu sua descrição. Segundo o autor do site, ao contrário dos filmes, não irá divulgar o fim da história, isso cabe a cada um imaginar. Pediu privacidade, compreensível.

Bom, é uma história bonita, que comove as pessoas. Tão bacana que não me espantei de saber que a revista Blackbook, em que a "garota do metrô" trabalha fez uma campanha de promoção baseada na história. Não iria me espantar se surgisse alguma marca fazendo algo similar também (ex: encontrei o carro dos meus sonhos na concessionária, ou algo do gênero). E é disso que queria falar. A publicidade, na maioria dos casos se apropria de coisas que já existem, moldando-as à sua necessidade. Não inventa a roda, apenas põe um pneu nela e chama de última moda. São muitos os casos. Essa história é um ótimo gancho. As chances de uma marca conseguir um viral com bom sucesso acompanhando esse caso é grande.

Acima de tudo o publicitário faz o que faz para vender o produto do cliente. Para estar à frente da concorrência. E quem trabalha na área tem por obrigação acompanhar casos assim e repensá-los, mesmo que como exercício, para seus clientes. Isso que é se diferenciar, entregar um trabalho criativo e que funciona. No final das contas, tudo já está aí, resta saber usar.

Tudo em um, bom em nada?

Há duas hipóteses do que tende a acontecer no mundo dos eletrônicos.

Tende a haver apenas um aparelho que é capaz de fazer de tudo. Foi o que aconteceu a princípio. Os computadores passaram a agregar tudo que é tipo de função. Hoje servem de máquinas de escrever, calculadoras, video-games, centro de notícias, televisão, rádio, aparelho de som, tocador de vídeo, aparelho de telefone e muito muito mais.

Com os celulares foi a mesma coisa. De aparelhos de telefone portátil, passaram a verdadeiros computadores de bolso. Hoje muitos mandam mensagem de texto, conectam à internet em alta velocidade, editam arquivos de texto, tocam vídeo e música, possuem embutido gps para traçar rotas, tem calculadoras, calendários, cameras fotográficas e muito muito mais. A próxima onda é aperfeiçoar a níveis incríveis a portabilidade. Veremos por aí aparelhos incrivelmente pequenos e lotados de funções. As pessoas querem um aparelho coringa, que faça de tudo, sempre com elas.

Mas é aqui que temos uma ruptura, a segunda tendência. Muita gente quer um serviço de primeira qualidade e estão dispostas a pagar por isso. Nesse caso um aparelho que faça de tudo nunca vai ser excepcional em uma coisa específica. É aquele cara que sabe superficialmente de tudo mas não profundamente de nada. Meu palpite é que as duas coisas ocorrerão simultâneas. Você terá seu aparelho de bolso faz-tudo, mas se quiser jogar jogos será em um Playstation 3 e não em um celular. Se quiser fotos profissionais, usará uma Canon Rebel XTi e não um celular. É um aparelho a mais, mais um trambolho para carregar, mas a qualidade vale.

sábado, novembro 17, 2007

Editando uma revista - parte I

Depois que já discutimos sobre como criar um arquivo novo no Indesign CS3, vou dar algumas outras dicas de boa diagramação.

O tão falado termo gestalt significa de forma simples que deve-se procurar o arranjo visual mais natural aos olhos. Use e abuse de formas grandes contrabalançadas com formas pequenas, estabeleça critérios de alinhamento, entre outros. Saiba justificar o que você faz e de preferência com bons motivos e não terá problemas..

Aplicando um pouco de gestalt a uma página criada no Indesign.

Alguns elementos são cruciais na criação de revistas. É necessário definir quantas colunas cada página terá, qual o tamanho da fonte nos títulos, nos subtítulos, no texto das matérias, legendas; o que puder ser padronizado será útil posteriormente. Agiliza o trabalho e garante a unidade visual como um todo. A maioria das revistas não precisa inovar o design de cada página. Os anúncios fazem a vez para garantir variedade visual.

Pra começar, precisamos de um pouco de matemática. Para não alongar o post, não vou discutir aproveitamento de papel agora, deixo isso pra outra ocasião. O ponto de partida será o de 21x28. Uma revista leve e bonita (em geral será a sua opção, para a maioria das empresas...) se vale de grandes espaços brancos e texto arejado. Se você pressente que o seu caso será outro, adaptações são necessárias, por causa da densidade de conteúdo, mas procure privilegiar um bom espaço entre matérias.

21x28. Vamos trabalhar com um generoso espaço para as margens. 1,5cm. Isso por si só garante alguma fuga para olhos cansados. É também uma margem mais que segura para prevenir qualquer erro no corte das páginas.



Repare que isso nos deixa com 18x25cm de espaço para conteúdo. Use sempre um valor fixo de entrelinha (baseline grid), qualquer revista que se preze tem um grid muito bem pensado. Eu costumo fugir da metragem em pontos nesse caso e procuro algo mais palpável, em milímetros. 5mm um valor que uso muito, equivale a 14,2pt, por exemplo. É um espaço bem generoso para usar de grid. Uma letra de 10 ou 11 pontos, dependendo da lagibilidade, fica arejada com 14,2pt de entrelinha. Muito bom na maioria dos casos. E lhe permite (aqui vem a maior matemática) saber que você tem 36 divisões na largura e 50 linhas para texto (configure sua baseline para começar a exibir linhas a partir de 1,5cm, nossa margem ao topo.


Baseline grid é definido na janela de preferences. No mac fica na aba com o nome do programa, em pcs, na aba edit.

Agora podemos decidir quantas colunas queremos. Isso é parte matemática parte intuição. Cada caso pede uma análise. O que sabemos é que qualquer que seja a decisão, deve caber no grid que criamos: um número multiplo de 5mm para cada coluna e um espaço de 5mm entre cada coluna. Deixei pra fazer esta parte depois de criado o arquivo, por que você pode ir na página mestra e testar diversas opções que valerão para o arquivo todo, sem quebrar muito a cabeça antes de começar e podendo ver o resultado direto no arquivo.


Para definir suas colunas vá em Layout e Margins and columns.

Não deixe um espaço muito curto para a coluna de texto, fica muito chato ler linhas muito curtas (o ideal é 10-12 palavras por linha). Abaixo fiz três testes: o primeiro com três colunas. O segundo com 4 colunas (começou a ficar uma linha muito curta) e o terceiro teste foi com cinco colunas, usando duas para texto e uma para respiro e algum apoio visual que ultrapasse as margens (é legal romper grids com fotos recortadas, para dar dinamismo ao material, preveja isso também). Daria para tentar até mais, por exemplo sete, sendo uma de respiro e as outras seis com uma caixa de texto que ocupa duas colunas de cada vez. Cada caso é um caso. Encontre o que mais lhe agrada. Tente inclusive colunagem múltipla para cada seção da revista, por que não?



Respeitando essas regras, um boa gestalt será conseguida pelo alinhamento cuidadoso e respeito a esse grid invisível que desenvolvemos. Repare que com isso a chance do layout sair melhor é maior, pois está ancorado a decisões muito claras e sólidas.
Assim que possível continuo com mais dicas, quando vamos falar de estilos de texto.

quinta-feira, novembro 15, 2007

O fim da publicidade como conhecemos


Não há mais primeira opção por TV no plano de comunicação das agências. Na criação de uma campanha, não há sequer uma primeira opção. O que será concretizado dependerá exclusivamente da estratégia. Acabou a era “bota 60% da verba na TV e boa”. A IBM lançou um estudo chamado “The End of Advertising as We Know It”. Nada muito revolucionário, acreditem. Nada que não tenhamos falado já aqui e aqui. Pra um estudo assim, faltou ousadia. Mas... Me pôs pensando. Eles listam os 4 pontos abaixo como sinais de mudança. Eu inseri na lista os pontos 5 e 6 (eles mencionam.isso na pesquisa, mas não tão enfaticamente – e eu acho crucial).

  1. o consumidor está exercendo controle sobre o que vê. Ele escolhe conteúdo, pula um anúncio que não quiser ver, vota no que mais gostar e envia para o amigo o que adorar. Esse comportamento é reflexo também do fato que as pessoas hoje passam mais tempo em frente a um computador do que em frente de uma TV.


  2. A tendência é que continue cada vez mais importantes os sites de Conteúdo Gerado pelos Usuários (UGC, em inglês). Inclusive, pesquisas mostram que esses sites são o destino principal dos usuários. Pessoas querem ler e saber o que outras pessoas que nem elas estão pensando.


  3. Mudam as formas de medir, avaliar o Retorno Sobre Investimento (o temido ROI, em inglês), tudo indica que se mudará de impressão de página para algum formato baseado em impacto.


  4. A quarta linha de mudança é a ascensão de conteúdo e plataformas de código aberto. Comunidades de usuários criam programas e os disponibilizam gratuitamente, tão bons senão melhor que os de empresas especializadas. Por terem custo zero, sua popularidade tende a crescer cada vez mais, até o ponto de substituir o software pago. Isso muda a visão que o consumidor tem dos produtos e a forma com que ele os consome. Existe o desejo por liberdade total e independência perante marcas.


  5. Go mobile! Atualmente 1 bilhão de pessoas no mundo têm acesso a Internet. O número de pessoas que possuem aparelhos celulares, no entanto, é imensamente maior: 3 bi. A aposta de muitas empresas é no fato que a Internet tende muito a evoluir para uma versão facilmente adaptável a dispositivos móveis (o microblogging oferecido pelo twitter é um exemplo, feito pra um mundo em rápida transformação e pensado, inclusive, para a telefonia móvel). Daqui pra frente teremos um público enorme que nunca usou Internet na vida e só vai conhecê-la pela tela de um celular.


  6. Mais e mais os anúncios tendem a exigir a interação do usuário, para que ele monte sua própria história. Muitos anúncios são lançados como jogos, demonstram partes que dependem da escolha do consumidor, de sua interação. Um cruzamento entre um videogame e um menu de DVD. A tendência é se sofisticarem a ponto de se assemelharem mais e mais a videogames. A TV interativa capacitará isso. A Internet já permite. Por enquanto poucos sabem disso e uma parcela menor ainda usa direito. De que serve a TV ser interativa e o escambau se não tiver o que passar de bacana nela? Já está mais do que na hora de pensar conteúdo interativo.


O que só tende a crescer é o consumidor escolher o que lhe interessa mais. Estamos chegando ao final da era dos anúncios intrusivos. Nos Estados Unidos, a TiVO, empresa de televisão interativa lançou um cadastro de clientes, em que o usuário da TV insere seus dados, do que gosta e o que prefere ver. A idéia é que recebam, assim, só anúncio que interessem a eles. Para quem se interessa por Notebooks, ver anúncios com informações sobre novos notes não é intrusão, mas algo diretamente interessante.

E alguns brasileiros bem antenados lançaram um serviço que entrega anúncios relevantes ao usuário: o Boo-Box. É um serviço direcionado aos produtores de conteúdo. Você indica produtos a seus amigos e manda um link de “como obter mais informações”. Eles acessam a sua pagina, seu perfil no Boo-box, com suas dicas de produtos e onde comprá-los. Caso a venda seja feita, você ganha uma comissão. Quem determina a relevância do anúncio no caso é o próprio criador do conteúdo, por interesse próprio. Não tem como ser mais relevante que isso. Nem os algoritmos do Adsense. E a melhor venda é por boca-a-boca, indicação de amigo.

quarta-feira, novembro 14, 2007

A criatividade e as leis de direito autoral


Larry Lessig, palestrante do TED, em palestra sobre como a sociedade está lidando com as leis de direito autoral. O que escrevo é diretamente inspirado no vídeo dele.

A produção cultural moderna deveria ser passional, como crianças a fazem. Criam em cima do que existe e brincam com a informação, criando coisas inesperadas, adaptando músicas populares, propaganda, notícias e cinema num conteúdo novo.

Ao contrário disso, a sociedade moderna restringe o uso, poda as pessoas e sua inventividade. Decepa a criatividade ainda quando crianças.

O debate ressurge, não por que há algo novo, mas por que a tecnologia se democratizou. Mais pessoas tem mais acesso a mais recursos e estão se capacitando a produzir, distribuir e democratizar conteúdos. Isso gerou crescente extremismo na tecnologia. Tanto ações extremas de proteção ao direito autoral quanto à completa anarquia e rejeição a leis.

Os dois lados estão errados. E o meio-termo que resolva ainda não chegou. A melhor pista é o Creative Commons.

O resultado é:


  • não podemos impedir as pessoas de usarem os produtos, só podemos tornar isso algo criminoso;

  • não podemos parar a produção de conteúdo das pessoas, só despachá-la para o submundo.

  • não podemos impedir que as crianças usem os serviços, só podemos torná-las piratas.

  • A nossa sociedade transforma pessoas normais, que só querem viver sua vida, em constantes criminosos.


Nos estamos nos acostumando a estar constantemente infringindo leis, graças a um código legislatório estúpido e antiquado. Uma cultura que encarece tanto o acesso aos produtos que a solução para muita gente é a pirataria. Isso é extremamente corrosivo e corrupto. Crianças estão crescendo e sendo criadas dentro dessa realidade! Sem perceber. Esse é o mundo que querem proteger em nome do lucro. Desculpem-me mas não dá.

"O que é obsoleto?", pensando em layout

Obsoleto é vender layout sem pensamento por trás, simples fachada vazia.

Obsoleto é tudo que é fora de uso, o que já foi substituído em sua função por algo mais preciso, ágil ou eficiente.

Isso é o que dizemos sobre a função de um objeto. Mas e quanto ao layout? Quando entramos no campo subjetivo fica mais difícil explicar. Trata-se de moda, de uma apropriação estética própria de uma época. Conhecendo vagamente o que foi influência e popular em uma época nos permite determinar características e marcas próprias de sua época e hoje, fora de uso, “obsoleto”. Não se trata de uma função, pois essa linguagem é apenas estética e pode ainda ser explorada. Pode mesmo? Depende.

Certas linguagens estéticas ficaram marcadas como próprias de uma época. Há restrições quanto a criação de layouts inspirados nessas linguagens. Há que se ter bom senso. Se sua marca evoca um ar moderno, não convém usar um layout com cara de antigo, a não ser que seja para marcar a contradição. A linguagem visual carrega as características desua época, pode ser hoje reconhecida como “velha e equivocada”. Os jovens terão resistência em adotar uma marca que se comunica com um visual comportado ou que parece criado na geração passada...

Tudo comunica. E a inspiração deve ser cuidadosamente escolhida, de acordo com o público e o objetivo de sua comunicação.

 
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