sexta-feira, outubro 05, 2007

Produzindo e finalizando logotipos

No começo da minha experiência profissional, ainda ocupando-me mais em conhecer o ritmo de trabalho e observando para aprender mais até do que produzindo, recebi o job de finalizar um logotipo.
Nunca tinha ouvido falar nisso até aquele momento. E precisa? Não é vetor já? Qual o problema do arquivo para que algo que já está em vetor precise ser finalizado? Mas precisa.
Um logotipo pode ter sido feito às pressas e realmente precisar de ajustes, mas mesmo que o arquivo esteja impecável, é preciso conferir cada detalhinho.
Basicamente o trabalho de finalizar uma marca é o de, aprovado o logo, atribuir a ele um pouco de pensamento métrico, isso torna o logo visualmente mais consistente e belo, é aplicar um estudo mais profundo de Gestalt, afinal. Tarefas do designer:


  • Verificar cuidadosamente o espaço entre as letras, alterando o que for preciso para que o texto fique harmonioso. Em muitos alfabetos (especialmente os gratuitos disponíveis em sites como o dafont) o espaço entre as letras é mal pensado. Um “A” próximo de um “V” acabam ficando muito distantes, por exemplo, e é preciso diminuir o entreletramento para dar às letras um espaço uniforme forçado. Em textos longos em geral dispensa-se essa preocupação. Em logotipos é essencial.

  • Verificar as medidas entre os elementos do logo, criando um padrão, um código de distâncias entre os itens, quanto mais matemático melhor. Na maioria dos casos, a distância usada é a do eixo principal das letras minúsculas, que em geral chama-se X. Veja exemplo abaixo.

    Imagem educadamente roubada do site: Smashing Magazine.

  • Escolher a combinação de cores mais harmoniosa. Use a escala de cores Pantone se você preza por fidelidade de resultados na impressão final. E ofereça ao cliente quatro arquivos, um em Pantone, outro convertido para perfil de cor CMYK e mais dois, a versão monocromática (em geral um tom escuro e outro claro: na gigantesca maioria um arquivo com o logo preto e outro com ele branco para aplicação sobre fundos escuros). Para escolher melhor combinações de cores, tente a ferramenta online Kuler da Adobe.

  • Estude outras formas de disposição do logo. Qual a redução mínima que ele suporta sem perder a legibilidade? É possível fazer uma versão horizontal? E vertical?


O que evitar:


  • Recomendo fortemente evitar o uso de imagens anexas, ou mesmo compor o logo com imagens. Mantê-lo simples em vetor é a solução mais prática e eficiente. Há casos em que o uso de imagens se justifica, porém. O logotipo da Rede Globo é o globo metalizado com interior colorido. Seria muito difícil realizar esse logo em vetor. Mas como se trata de uma empresa de televisão, que pode animar seu logo em três dimensões, para ela isso até contribui com a imagem de qualidade gráfica e profissionalismo de uma emissora distinta.

  • Excesso de firulas. Simplicidade é a chave na maioria dos casos. Quanto mais complexa a construção do logo, mais difícil é compor uma versão simplificada e reduzida em pb para impressão, por exemplo. Elimine tudo que em última análise não tiver uma função clara de passar a mensagem a que o logo se propõe.

  • Fórmulas fáceis. A elipse, por exemplo, virou um ícone massacradamente muito usado em logotipos. E pior, logotipos ruins. Evite. São poucos casos em que essa firula gráfica acrescenta algo para a mensagem que a empresa quer passar com o logo.



E um adendo:
saiba também como preparar um bom manual de uso e aplicação para o logotipo do seu cliente. O site Smashing Magazine compilou diversos modelos e práticas, escolha o que lhe parecer mais completo e pertinente ao seu caso, já que não há nenhuma fórmula geral para esse tipo de trabalho.

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